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A Origem do Homem

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Até o final de 2010, as mais antigas ferramentas de pedra lascada, com até 2,6 milhões de anos de idade, tinham sido encontradas em meados do século XX na região da Garganta de Olduvai, apelidada de “Berço da Humanidade”, na Tanzânia, e mais recentemente na Etiópia. Em ambos casos, sua fabricação foi atribuída aos Homo habilis, um dos primeiros representantes do gênero Homo. Especialistas, porém, há muito desconfiavam que estes artefatos da chamada “Cultura Olduvai” eram sofisticados demais para representarem o início do desenvolvimento desta tecnologia.

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Ninguém sabe qual foi o berço da espécie humana. O que existem são indícios de que possa ter sido na parte sul da África Central ou talvez a Ásia Central, ou ainda a parte sul da Ásia Central.  As condições climáticas e o relevo dessas regiões eram de propícias a favorecer a evolução de uma variedade de tipos humanos, partindo de antepassados primatas.

Em de julho de 2011, os arqueólogos Sonia Harmand e Jason Lewis pegaram uma trilha errada durante trabalho de campo no árido entorno do Lago Turkana, no Noroeste do Quênia, África. Ao subirem uma colina para procurar o caminho certo, tiveram a sensação de que provavelmente estavam refazendo os passos dados por um ancestral dos humanos modernos (Homo sapiens) que habitava a região e, curiosos, resolveram explorar a área. Já no fim da tarde, ajudados pelo habitante local Sammy Lokorodi, finalmente acharam o que estavam procurando: dezenas de pedras lascadas deliberadamente, assim como instrumentos para produzi-las. Datadas em cerca de 3,3 milhões de anos, elas são as mais antigas ferramentas do tipo já descobertas, com o potencial de exigir uma mudança nas teorias atuais sobre o desenvolvimento da inteligência entre as primeiras espécies de hominídeos.

O que podemos definir é que o surgimento do ser humano é tão antigo que realmente, com as tecnologias que dispomos, seria impossível estabelecer um período para seu surgimento provavelmente entre 5 e 10 milhões de anos atrás.

No Plioceno e no Pleistoceno, entre 10 e 1 milhão de anos atrás, encontramo-nos na presença de um grupo ao mesmo tempo polimorfo e muito localizado, os australopitecíneos. O mais antigo sítio arqueológico localizado no continente africano é o de N’Gororá na bacia do lago Baringo, onde um molar superior de hominídeo de tipo indeterminado foi encontrado. Em um outro sítio da bacia do lago Baringo, Lukeino, datado de 6 a 6.500.000 anos, também foi encontrado um molar. É um molar inferior bastante semelhante ao do Australopithecus. Com os achados arqueológicos podemos nos basear que pelo menos a 3,3 milhões de anos os descendentes do homem contemporâneo começavam a desenvolver uma maneira de pensar para produzir ferramentas que o auxiliariam na tão difícil sobrevivência em um mundo feroz e violento e que em diversas situações esse homem primitivo era a vítima.

O homem aparece, portanto, ao fim de uma longa história, como um primata que um dia aperfeiçoa o utensílio que vem usando já há muito tempo. Utensílios fabricados e habitações revelam de súbito um ser racional que prevê, aprende e transmite, constrói a primeira sociedade e lhe dá sua primeira cultura. Por fim, é como se, há 6 ou 7 milhões de anos, nascesse no quadrante sudeste do continente africano um grupo de hominídeos denominados australopitecíneos, e, entre 2,5 e 3 milhões de anos atrás, emergisse desse grupo polimorfo um ser, ainda Australopithecus ou já Homem, capaz de trabalhar a pedra e o osso, construir cabanas e viver em pequenos grupos, representando, através de todas as suas manifestações, a origem propriamente dita da humanidade criadora, do Homo Faber.

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Sahelnthropus tchadensis (África) – início da evolução para bípede

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