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Pesquisa do Historiador

Estrada de Ferro Sorocabana

O Professor e Pesquisador possui o objetivo de expressar que as práticas de preservação e difusão da memória institucional são cada vez mais necessárias nas sociedades contemporâneas. Essas ações vêm atender a um movimento que historiadores como Jacques Le Goff descreve como uma tonificação, uma profissionalização dos processos de preservação e difusão dos elementos simbólicos que unificam grupos sociais nas diversas temporalidades. A memória coletiva transmitida pela tradição oral típica das comunidades primitivas cede lugar a memória oficial, registrada e documentada, produzida por especialistas detentores das técnicas e da autoridade de articular os enunciados sobre o passado além da exposição física da Cultura Material em espaços tombados como o Patrimônio Histórico Cultural.

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No Museu da Estrada de Ferro Sorocabana, fica a evidência física onde se demonstra que a Estrada de Ferro Sorocabana foi criada em momento importante de contextos regionais e nacionais através da iniciativa do ilustre senhor engenheiro Matheus Maylasky, húngaro de nascença, a partir de 1875 atuava de forma incisiva nessa instalação. A importância histórica para a região de Sorocaba em relação ao período de estruturação do Brasil como país independente possui forte paralelo com as estradas de ferro que ligam os extremos do país.

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Eram através dos trilhos que pessoas e cargas substituiriam o lombo de mulas pelos acentos confortáveis dos vagões de viagem e os amplos espaços de acondicionamento de carga, além da velocidade que aumentaria consideravelmente e forma mais segura. Com caráter pioneiro, a Estrada de Ferro Sorocaba chegou a possuir um terminal de acesso a Real Fabrica de Ferro São João de Ipanema, atual Floresta Ipanema, onde se extraia o mineiro de ferro e se produzia componentes de ferro e armas brancas e sua produção foi escoada em paralelo a produção de algodão herbáceo produzido na região de Sorocaba e posteriormente de café.

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A história de Sorocaba no contexto nacional ficou evidência nesse processo que transcorreu no Segundo Reinado e posteriormente na República até se deteriorar e se extinguir definitivamente na década de 1970. Dessa forma o professor e pesquisador procura trazer ao contexto educacional a sensibilidade histórica de nossa região para os estudantes e sua importância no contexto nacional e suas temporalidades.

O Museu da Estrada de Ferro Sorocabana, localizado a rua Dr. Álvaro Soares, 553, em frente à Estação Ferroviária, foi tombado pelo Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo desde 2014, era uma das casas, que à época foi utilizada por Engenheiros da Sorocabana, foi cedida à Prefeitura e restaurada para abrigar a exposição permanente, com objetos doados para o acervo. O Museu foi constituído em março de 1997 e inaugurado em 29 de Novembro de 1997, em uma parceria entre a FEPASA, a Prefeitura Municipal de Sorocaba e o Instituto de Recuperação do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo, com o apoio do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico de Sorocaba e a Fundação de Auxílio ao Preso – FUNAP.

Embora a propriedade do imóvel pertença à União, cabe ao município, detentor de sua tutela, promover ações educativas e de preservação e é nesse intuito que se desenvolveu o projeto sobre o patrimônio histórico tendo em vista que a implantação da Estrada de Ferro Sorocabana foi criada em momento importante de contextos regionais e nacionais através da iniciativa do ilustre senhor engenheiro Matheus Maylasky, húngaro de nascença, a partir de 1875. A importância histórica para a região de Sorocaba em relação ao período de estruturação do Brasil como país independente possui forte paralelo com as estradas de ferro que ligam os extremos do país. Eram através dos trilhos que pessoas e cargas substituiriam o lombo de mulas pelos acentos confortáveis dos vagões de viagem e os amplos espaços de acondicionamento de carga, além da velocidade que aumentaria consideravelmente e forma mais segura. A inauguração da Estação Ferroviária de Sorocaba marcou o início do tráfego da Estrada de Ferro Sorocabana, com a linha tronco entre Sorocaba e São Paulo. Essa empreitada revolucionária para a época foi uma atitude visionária do húngaro Luiz Matheus Maylasky, que chegou a Sorocaba sem nenhuma posse e acabou por se destacar como um dos empresários mais prósperos do ramo do algodão.

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Com caráter pioneiro, a Estrada de Ferro Sorocaba chegou a possuir um terminal de acesso a Real Fabrica de Ferro São João de Ipanema, atual Floresta Ipanema, onde se extraia o mineiro de ferro e se produzia componentes de ferro e armas brancas e sua produção foi escoada em paralelo a produção de algodão herbáceo produzido na região de Sorocaba e posteriormente de café. Os movimentos políticos que transcorreram para que Dom Pedro II chancelasse a construção realmente só aconteceu devido ao respectivo terminal a partir da Fábrica de Ferro – “Sabendo que Dom Pedro II gostava da Fábrica de Ferro de Ipanema, ele faz com que a ferrovia fosse da Fábrica de Ferro de São João do Ipanema a São Paulo, passando por Sorocaba e São Roque” – sendo que, com essa justificativa em 24 de maio de 1871, o governo provincial sancionou uma lei para financiar a construção da linha férrea e criar a Companhia Sorocabana.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Professor e Pesquisador buscou, através da associação das dimensões teóricas e práticas expressar que a memória coletiva faz parte das grandes questões das sociedades desenvolvidas e das sociedades em vias de desenvolvimento, das classes dominantes e das classes dominadas, lutando todas pelo poder ou pela vida, pela sobrevivência e pela promoção. Que o conjunto de objetos culturais, materiais e imateriais herdados pelos contemporâneos somente passa a constituir o patrimônio histórico das comunidades quando e reconhecido como tal pelo sujeito que o incorpora a sua experiência, esse processo implica atribuir aos objetos um valor simbólico que originalmente não lhes pertencia: “No caso dos patrimônios históricos e artísticos, o valor que permeia o conjunto de bens, independentemente de seu valor histórico, artístico, etnográfico etc., e o valor nacional, no caso a nação”

O Museu vem conservando e concentrando relíquias históricas de um processo social, político e econômico que transcorreu em diversas temporalidade, sendo iniciado no Segundo Império onde já havia ocorrido a Revolução Liberal apoiada pela população sorocabana na figura do Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, transcorrido pela proclamação da República, a Estrada de Ferro Sorocabana cruzou o interior do Estado de São Paulo até chegar ao Paraná e ao Mato Grosso do Sul. Novas estações foram construídas e os vagões transportaram viajantes, trabalhadores, combatentes da Revolução de 1932, corpos em urnas fúnebres, alimentos, pedra, areia. Infelizmente a história iniciada em Sorocaba no século 19 terminou em 10 de novembro de 1971, mas o acervo permanece de forma a permitir a educadora a possibilidade de introduzir na aula diversos temas relacionados no contexto regional e nacional visando incentivar a pesquisa pelos estudantes, que mesmo oriundo dessa região desconhecia a grande e importante história de luta pela liberdade e desenvolvimento social e político, o que favorece a construção do sentimento de patriotismo e cidadania em cada dentro das turmas trabalhados.

Professor Wanderley

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